As eleições no Sport Lisboa e Benfica estão marcadas para outubro. No entanto, todos os que amam o clube sabem que a época desportiva tem de ser planeada muito antes disso.
A direção atual, de Rui Costa, tem legitimidade estatutária para cumprir o seu mandato até ao fim. Ninguém contesta isso. Mas o que está em causa já não é a legitimidade legal — é a legitimidade moral e estratégica para continuar a decidir o futuro do clube.
Se a atual direção sente que não tem o apoio inequívoco dos sócios, ou que o seu ciclo está a chegar ao fim, então deve ter a coragem e a responsabilidade de se colocar à margem e abrir caminho a eleições antecipadas. Não se trata de ceder à pressão — trata-se de proteger o Benfica.
Permitir que uma nova direção seja eleita antes do arranque da nova época é um ato de respeito pelos sócios, pelos profissionais do clube e pelo próprio projeto desportivo. Evita decisões importantes tomadas em gestão corrente, por quem pode estar de saída, e garante que o futuro do Benfica começa a ser desenhado com legitimidade e estabilidade.
O Benfica é maior do que qualquer direção. A preparação da nova época não pode ser feita em suspenso, nem sob a sombra de incerteza política.
Por isso, apelo com respeito, mas com firmeza: se a direção não tem condições para continuar com a confiança dos sócios, então que tome a decisão certa — e antecipe as eleições.