Primeiro ponto. Aquele Benfica merecia pelo menos sessenta mil , mesmo com a chuva que não passava , com a crise que não nos larga , com a TVI que tão mal transmite os jogos.
Claro que antes de começar ,ninguém poderia sequer imaginar o espectáculo que aí vinha. De facto nem sempre temos jogado bem , mesmo tendo em conta o "trabalho cientifico" que nas próprias palavras Jorge Jesus vem desenvolvendo há quase quatro anos..
Mas do "show de bola" de ontem ninguém tem razões de queixa. Porque ontem a equipa mostrou o que algumas vezes lhe tem faltado : alma de campeã , até mesmo quando essa alma não foi acompanhada pelo talento ou pela sorte que permitiria golear o Celtic.
Particularmente, desde que ganhemos , prefiro estes jogos com a emoção sempre à flor da pele do que goleadas de três ou quatro a zero.
E se é verdade que não fomos perfeitos também não podemos deixar de reconhecer que jogámos muito bem. Sofremos um golo de bola parada num erro de principiantes fruto simultaneamente de um erro de marcação , dum erro de Artur e , finalmente , dum erro de arbitragem. Samaras , o gigante grego, que nos marcou o golo nada mais fez.
Parece-me que se ainda havia dúvidas sobre a qualidade de Ola John, elas dissiparam-se ontem. Marcou um golo e , mais do que isso , foi sistematicamente procurado pelos colegas sinal de que , também eles, já perceberam que o holandês tem muitas e boas soluções na ponta das botas. A continuar assim, Gaitan e Nolito, terão que trabalhar muito para reentrarem no onze inicial. Do outro lado esteve um dos melhores extremos da Europa, Salvio, que se à força incomensurável e à técnica extraordinária juntar uma visão mais periférica do jogo se tornará um jogador ainda melhor.
De resto, Matic e Enzo, mostraram que estão perfeitamente à altura de Witsel e Javi de quem já poucos se lembram. Almeida e Melgarejo , diferentes , mas ambos muito bem .Lima e Cardozo , enormes mesmo sem marcarem.
Finalmente Luisão e Garay . Só o grande capitão poderia ter ganho aquela bola no ar e "açúcará-la" até ao pé direito de Garay. Um golo que deu uma vitória e que foi particularmente saboroso porque depois de tantas tentativas pelo chão derrotámos os escoceses com as suas próprias armas : o jogo aéreo.
Bem visto.
ResponderEliminar"derrotámos os escoceses com as suas próprias armas : o jogo aéreo."
Muito bom texto.